Eu quero iniciar este post pedindo desculpas porque andei sumida. Não foi por falta de assunto, faltou mesmo é tempo para organizar os pensamentos na “cachola”. Mas hoje eu ainda não estou voltando, apenas abrindo espaço para postar um texto que não é meu, mas bem que poderia ser. Como é engraçada a vida, saber que você é importante para alguém que mora do outro lado do país, que as pessoas se divertem com o que você escreve e compartilham dos seus delírios. É muito bom não estar só, é muito bom saber que em algum momento a risada de alguém é culpa sua. Ah, é por isso que eu faço o que eu faço, é por isso que eu continuo escrevendo, mesmo sem ganhar uma coxinha e uma caçolinha. Mesmo sem a fama e o dinheiro, saber que alguém se divertiu por sua causa é algo que não tem preço. Mas eu hoje não vou falar de mim, vou falar delas, duas meninas lá do Pará, Neila Aquino e Ketley Cardoso, pessoas iluminadas, daquelas que a gente sente que são do bem. E criativas ein? As futuras universitárias, deram um jeitinho dessa pessoa aqui participar do Círio de Nazaré, lá no Pará. Posso até comprar aquelas camisetas que dizem: Círio de Narazé: Eu fui! Obrigada meninas! Obrigada por estarem presentes! Obrigada por fazerem a vida dessa pessoa aqui mais alegre! Leiam o texto da Neila e me falem se essa menina tem ou não tem futuro…
EM BUSCA DO PADRE CERTO (SÓ QUE NÃO)
Padre Fabio de Melo, sim… Esse é o padre dos meus sonhos. Se tivesse um padre como ele na paróquia da minha cidade eu estaria nas missas de domingo, novenas, batizados, casamentos, eucaristias, faria crisma… Tudo só pra poder olhar para aquele homem enviado por Deus para limpar nossa visão (“Amém gente”).
Quem me conhece sabe que, apesar de ter sido criada dentro do catolicismo (inclusive morei por 2 anos em colégio de freira e assistia missa todos os dias… se o padre faltasse era só me chamar que eu dava conta do recado) minha presença em uma igreja é quase um milagre, ou uma afronta, não saberia dizer exatamente qual opção.
O único evento religioso que faço questão de participar sempre que posso é o Círio de Nazaré. Como devota da Nazica que sou, gosto de estar lá pra participar, agradecer e pedir também, afinal “neguinho tem que tentar”. Vivenciar um Círio de Nazaré é uma experiência extraordinária para qualquer um que tenha um pouco de sensibilidade, independente de crença.
Mas aí você pergunta: e o que tem a ver o Padre FabioGosstosode Melo com o Círio de Nazaré? A resposta é muito simples… Desde que o dito começou a vir a Belém homenagear nossa tão amada padroeira eu aderi a uma nova missão: tinha que ver aquele Pedaço de mal caminho… servo da palavra do Senhor de perto. Não precisava ser muito perto não… Nunca tive pretensão de abraçar, tirar foto, nada dessas coisas de tiete, o que eu queria era comprovar que “tudo aquilo” é de verdade.
Algumas mulheres já me disseram: “ele não devia ser padre” ao que eu sempre respondo: “ele tinha era que ser padre mesmo, afinal se não fosse, do jeito que é lindo, inteligente, gentil, com aquela voz (ai, ai…), nunca iria olhar pra mim. Ao menos assim ele me ama como irmã em Cristo”
Pois bem, nos últimos anos tive alguns contratempos… Passei alguns anos sem poder ir ao Círio, em 2010 ele estava na homenagem do BASA e eu não fui; em 2011 eu fui e ele não veio; em 2012 repetiu-se o ocorrido de 2010. Mas esse ano seria diferente, esse ano nada ia me impedir e tal qual o cego curado por Cristo eu ia enxergar melhor.
Como minha vida ultimamente é aproximadamente 90% trabalhar, 8 % dormir e os 2% restantes eu uso pra fazer outras coisas (inclusive trabalho), eu tinha ouvido, assim por alto, sem ler em jornal ou qualquer outra fonte segura, que esse ano ele estaria lá para homenagear Nossa Nazinha.
E lá fui eu, coração cheio de fé e amor (por Nossa Senhora, não pelo Padre), pra mais um Círio de Nazaré. Diferente da grande maioria das pessoas eu não costumo acompanha a procissão (exceto em 2011, ano em que estava pagando uma promessa), pois eu gosto de ver a imagem, coisa muito difícil de fazer se for caminhar com a multidão… Então eu me posiciono em certos pontos onde a berlinda para pra receber as homenagens tradicionais, assim quando ela passa eu posso vê-la, agradecer, pedir, chorar (é inevitável).
Daí que esse ano eu corri pra frente do palco armado para a homenagem prestada pelo BASA, que tradicionalmente trás grandes atrações nacionais. Nada me impediria de ver o Padre Fábio, se os boatos que ouvi fossem verdade e ele estivesse lá eu o veria… E com sorte ainda o ouviria cantar “Eu sou de Lá”.Posicionei-me na calçada e fiquei curtindo a apresentação de um grupo de cantores locais.
De repente um dos vocalistas diz: “gostaríamos de agradecer pela oportunidade de estar aqui no palco do BASA pormais um ano prestando esta homenagem à Virgem Mãe de Nazaré. O Basa sempre trás grandes atrações locais e nacionais e neste ano não poderia ser diferente, daqui a pouco teremos aqui neste palco, para saudar Nossa Senhora de Nazaré, o Padre… (neste momento, em uma fração de segundo, minhas pernas bambearam, meu coração disparou, minhas mãos ficaram geladas, minha respiração parou e eu tudo que consegui foi pecar em pensamento: “ah, é hoje que eu vejo aquele colírio” #NossaSenhoraLimpaMinhaVista)… ANTÔNIO MARIA”
– Hein??? Antônio Maria? Cadê o Fabio de Melo?
Minha crise de “emoção tietesca” se dissipou tão rápido quanto chegou… Tá, tudo bem que depois o Padre Antônio Maria fez sua apresentação, muito animada ao som de hits do axé Baiano, adaptados para a ocasião,como: ♪♫♪ Vai sacudiiiiiirrrr, vai abalaaaaaarrrr, quando meu Jesus passaaaaaarrrr ♪♫♪e o mais animado de todos: ♪♫♪ E vai rolar a festaaaa, vai rolaaaarrrr, o povo de Cristo mandou avisaaaarrr♪♫♪
Nunca vi tanto promesseiro pulando junto, isso tudo num sufoco de fazer desmaiar os mais fracos, estava totalmente imprensada pela multidão, mas pulando. Ora, se o Padre, que é muito mais puro que eu, estava cantando, não seria eu, chegada numa micareta, que iria fazer desfeita.
Até o povo da corda, que só falta um pouquinho pra provar que 2 corpos podem sim ocupar o mesmo lugar no espaço, erguia a corda e cantava junto com o Padre “Ordináááááááriooo”.
Tudo muito animado e ao mesmo tempo emocionante. Tive a oportunidade de ver, após o padre “Toinho da Bahia”, Agnaldo Raiol cantando “Ave Maria”, e os dois juntos cantado “Maria de Nazaré” enquanto a berlinda passava pela minha frente.
Depois da passagem da berlinda, achei melhor cortar o caminho direto para a Basílica Santuário, para aguardar a chagada da santa lá, já que estava muitíssimo difícil chegar até a procissão devido a multidão, e o cansaço de dias dormindo pouco por causa do trabalho e do apoio aos romeiros na quinta e sexta feiras anteriores estava gritando: “uma cama pelamordedeus”…
A Santa chegou à Basílica, após 6 horas na maior procissão de todas as edições: 2,1 milhões de fiés. E eu estava lá!
Apesar de não ter visto o Padre certo, eu estava lá e foi tudo lindo, per-fei-to… Ou quase, já que, de volta a minha cidade, descobri que o Padre traíra Fabio este ano resolveu trocar o palco do BASA pelo da TV Liberal (afiliada da Rede Globo aqui no Pará e que fica justamente na parte que eu cortei o caminho) e estava lá gostoso, lindo, belo, com sua voz de barítono, cantando a música que eu mais queria ouvir, ao lado de Fafá de Belém e com a ilustre presença de Marília Gabriela (que trabalha na concorrência).
Mas tudo bem, ano que vem terá Círio, terá procissão, terá homenagem, terá festa de fé e terá eu lá, se minha Mãezinha do Céu permitir, aproveitando para perseguir meu objetivo e se novamente não conseguir, terei visto o mais importante: NOSSA SENHORA DE NAZARÉ, porque essa não me escapa nunca (!!!VIVA!!!).
Neila Aquino.